Igreja Matriz de Alhos Vedros
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Neste PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO iniciamos o ciclo litúrgico do Ano B. Vinda e Vigília: estas duas palavras são muito usadas na liturgia do Advento, em particular neste domingo, a exigir atitudes novas.
O tempo do Advento quer sensibilizar-nos para esta vinda. A dimensão escatológica, da nossa vida iluminada pelo sentido da comunhão plena com Deus, marca toda a vida cristã. O apelo que Cristo nos lança à vigilância é para ser tomado bem a sério, na celebração e na vida quotidiana, para que o Senhor não nos encontre a dormir ou adormecidos.
Como podemos acolher da liturgia da Palavra nas suas indicações concretas para a nossa vida acerca da forma como devemos viver esse tempo de espera?
A primeira leitura apresenta a essência de Deus como amor e misericórdia. Convida-nos a reconhecer que só Deus é fonte de salvação e de redenção. Por nós próprios, somos incapazes de superar essa rotina de indiferença, de egoísmo, de violência, de mentira, de injustiça que tantas vezes caracteriza a nossa caminhada pela vida. Resta-nos acolher o dom de Deus com humildade e com um coração agradecido.
A segunda leitura mostra como Deus Se torna presente na história e na vida de uma comunidade crente, através dos dons e carismas que gratuitamente derrama sobre o seu Povo. Sugere que nos mantenhamos atentos e vigilantes, a fim de acolhermos os dons de Deus.
O Evangelho convida-nos a enfrentar a história com coragem, determinação e esperança, animados pela certeza da vinda do Senhor. Ensina-nos ainda que esse tempo de espera deve ser um tempo de vigilância, um tempo de compromisso ativo e efetivo com a construção do Reino. Estar vigilante é estar sempre ativo, empenhado, comprometido na construção de um mundo de vida, de amor e de paz. É lutar de forma decidida e corajosa contra a mentira, o egoísmo, a injustiça, tudo aquilo que rouba a vida e a felicidade a qualquer irmão que caminhe ao nosso lado.
As indicações concretas da Palavra de Deus deste domingo são oportunas para um novo começo. Devido às nossas numerosas atividades, inclusive na Igreja, a nossa vigilância está muitas vezes ameaçada: falta-nos o tempo para parar, discernir, fazer novas escolhas em ordem a despertar a nossa adesão a Cristo.
O tempo do Advento oferece-nos esta oportunidade de um novo começo e de um renovado e intenso olhar para com aqueles que são os próximos da nossa vida, em tantas situações humanas que são de bradar aos céus e de gritar na terra. Em tempo de pandemia e de tantas dificuldades, não percamos a oportunidade de viver o Advento como autêntico tempo de graça para todos nós.
Manuel Barbosa, scj
[Agência Ecclesia – Antena 1]